no Mergulhão...
barulho umidade escuridão odor de urina
mergulhado, o fiscal da empresa de ônibus que nos leva pro Caju
a caminho...
barulho calor poeira
imersa, passo pelo cemitério e não o vejo
"o meu sangue jorra e borra de terror" *
passo pelo cemitério do Caju, imenso, e não o vejo
"com quem dança e ama agora o meu amor?" *
calor barulho fedor
no cemitério os mortos na vertical
no Caju...
mergulho e vejo a gente igual a mim
onde enterram a subjetividade?
Quis minha terra
quis que aquela senhora do ônibus
estivesse na lida fresca da terra
generosa ela(que me ouviu falar ao motorista)
me diz que era chegada a minha hora
Agora, no ar condicionado,
me perco em referências
e o sentido da vida paira por entre
mortos-vivos.
* trechos da música "Filme de Terror" de Sérgio Sampaio
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